quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Diagnóstico Nutricional:



Texto extraído do site do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo:

O cuidado nutricional individual é muito importante na prevenção e no tratamento das doenças relacionadas com a alimentação, como é o caso das doenças crônicas degenerativas. O estabelecimento de uma conduta dietética adequada depende do diagnóstico nutricional para avaliar a existência de fatores de risco nutricional (Krause e Mahan, 1995). O risco nutricional é o potencial prejuízo que uma alimentação inadequada, associada a fatores hereditários ou não, pode ocasionar a um indivíduo. A determinação do diagnóstico nutricional é efetuado durante uma consulta com especialistas. A consulta em Nutrição consta de quatro etapas:
  • coleta de informações;
  • análise das informações obtidas;
  • estabelecimento do plano de ação;
  • determinação da conduta dietoterápica.
A finalidade do diagnóstico nutricional é verificar a influência da alimentação na saúde do indivíduo. Isto é obtido através da avaliação do estado nutricional. As finalidades da avaliação nutricional são identificar distúrbios nutricionais, estabelecer valores básicos para avaliar a eficácia de planos alimentares e reconhecer, precocemente, potenciais riscos à saúde devido a fatores nutricionais.
Através de uma consulta, o especialista em Nutrição coleta informações pertinentes ao estado nutricional do indivíduo. Os instrumentos necessários para a obtenção do diagnóstico nutricional são história dietética, dados antropométricos, bioquímicos, antecedentes médicos, antecedentes familiares, histórico alimentar e fatores psicossociais.
  • O histórico do consumo alimentar feito através de anamnese alimentar indica a presença de hábitos alimentares errôneos que podem interferir no estado nutricional do indivíduo;
  • Dados antropométricos obtidos através das medidas de altura, peso e/ou dobras cutâneas. Fornecem informações sobre a massa e a distribuição de gordura corpórea;
  • Os exames bioquímicos indicam o estado nutricional através do estado metabólico do indivíduo, entre eles: glicemia, colesterol sérico, hemograma etc.;
  • Os antecedentes médicos indicam patologias que podem estar associadas à alimentação, como por exemplo, diabetes, obesidade, hipertensão, anemia ferropriva etc.;
  • Os antecedentes familiares indicam se os parentes próximos apresentam doenças que podem ser transmitidas por hereditariedade, como por exemplo, as acima citadas;
  • A determinação de fatores psicossociais, como ansiedade, depressão, condição sócio-econômica que podem interferir na alimentação.
A análise conjunta desses dados conduz ao diagnóstico nutricional e à determinação de uma conduta dietética específica. A prescrição dietética é definida como uma intervenção que implica na melhoria da saúde do indivíduo através de uma dieta. O plano alimentar envolve a prescrição de uma dieta adequada e balanceada e a sugestão de cardápios. Esta dieta deve levar em consideração a composição de nutrientes dos alimentos, equilíbrio entre quantidade e qualidade dos nutrientes, ingestão de alimentos e refeições do dia, respeitando a adequação e as preferências individuais (Krause, 1995).

A determinação do diagnóstico nutricional é uma tarefa complexa que envolve muitos fatores interligados. Por esse motivo, nutricionistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo iniciaram uma discussão sobre a definição do diagnóstico nutricional, propondo que a principal pergunta a ser respondida na determinação do diagnóstico nutricional é: "a anamnese alimentar justifica ou pode justificar o estado nutricional do doente?" Segundo o estudo realizado, a conduta nutricional deve ser orientada pelo diagnóstico nutricional, por isso, a determinação do diagnóstico deve preceder o estabelecimento da conduta. A hipótese diagnóstica deve ser confirmada ou rejeitada a partir da observação evolutiva do paciente e do seu comportamento perante a conduta dietoterápica. (Baxter, Borghi e Maculevicius, 1993).

O conhecimento dos hábitos alimentares do indivíduo também é de fundamental importância para o diagnóstico nutricional. Muitas vezes hábitos alimentares errôneos podem levar ao aparecimento de doenças, principalmente as crônicas degenerativas, que poderia ser evitada. Segundo Pennington (1991), existem oito métodos de avaliação do consumo alimentar: 


Tabela 2: Métodos de avaliação do consumo alimentar (Pennington, 1991)
  • Despesa nacional de alimentos – dados da produção nacional de alimentos e de importação, subtraídos os alimentos exportados, desperdícios, armazenamento e utilização não humana de alimentos. Os resultados expressam a disponibilidade de alimentos para o consumo individual por dia;
  • Despesa familiar com alimentos – alimentos adquiridos e utilizados no período de uma semana por uma família, subtraídas as doações, o desperdício e o consumo de alimentos por hóspedes. O resultado é dividido pelo número de moradores, expressando o consumo de alimento individual por dia.
  • Anamnese alimentar a – entrevista sobre a utilização de alimentos, preparações, tamanho das porções, preferências alimentares etc. Inclui um recordatório de 24 horas ou freqüência de alimentos.
  • Freqüência de alimentos (quantitativa ou qualitativa) – questionário contendo uma lista de alimentos, com a indicação da freqüência do consumo diário, semanal ou mensal. As porções dos alimentos devem ser indicadas.
  • Recordatório de 24 horas – entrevista baseada na descrição detalhada do consumo alimentar em 24 horas, constando tipo de alimento, preparações e porcionamento. 
  • Questionário de alimentos – Informações sobre o tipo de alimento, quantidade e horários de refeições por um ou mais dias. 
  • Consumo mensurado de alimentos – são considerados o tipo de alimento e a quantidade, sendo que as porções de alimentos são pesadas em balanças de precisão, antes do seu consumo. Semelhante ao questionário de alimentos, mas com informações mais apuradas.
  • Porcionamento duplicado b – o indivíduo faz uma duplicata exata dos alimentos consumidos e coloca num recipiente durante um ou mais dias. Os alimentos são homogeneizados para a análise de nutrientes e/ou agentes contaminantes. Um questionário é preenchido juntamente com a coleta dos alimentos, descrevendo o tipo e a Quantidade consumida. 
a, na realidade, não é um método único, pois reúne informações sobre freqüência de alimentos e de questionários.
b, na realidade, não é um método para avaliação do consumo alimentar, mas sim uma forma de obter amostras de alimentos para a análise laboratorial.

Contudo, o registro e a avaliação do consumo alimentar são os mais difíceis aspectos a serem considerados na avaliação nutricional, devido a alguns fatores:
  • O indivíduo pode não lembrar exatamente o que ingeriu e em qual quantidade;
  • A ingestão alimentar do dia anterior pode ter sido atípica;
  • Por diferentes razões, o indivíduo pode não dizer a verdade.
Estes fatores ainda constituem um desafio até mesmo para especialistas. Somente através da prática torna-se possível avaliar as respostas fornecidas pelos pacientes, possibilitando a determinação de um diagnóstico mais preciso sobre a relação entre a alimentação e o estado nutricional do indivíduo.

A verificação da adequação de energia e nutrientes da dieta ingerida pelo indivíduo é feita com base em padrões nutricionais preestabelecidos como, por exemplo, o Recommended Dietary Allowances(RDA) (National Research Council, 1989). Os padrões de recomendações nutricionais são utilizados para orientar o cálculo de dietas para pessoas sadias e para verificar a adequação da alimentação referida pelo paciente em inquéritos sobre o consumo alimentar. Os parâmetros utilizados pelo RDA são idade, sexo, peso ideal, atividade física. Contudo, cabe ressaltar que os padrões são baseados em estudos populacionais e podem superestimar as necessidades nutricionais de um indivíduo.

Fonte:

NÃO ACORDE O CÂNCER QUE DORME EM VOCÊ



Dr.David Servan-Schreiber, autor do livro Anticâncer que vendeu mais de um milhão de exemplares em 26 países.




Muiiiiiiiito bom! Vale a pena assistir!





Dr. David Servan-Schreiber foi um médico e neurocientista francês, pesquisador das funções cerebrais, diagnosticado aos 31 anos de idade com um tumor cerebral altamente agressivo (gliomablastoma multiforme de estágio 4). As estatísticas para esse tipo de câncer apontavam para uma sobrevivência de no máximo 1 ano. Determinado, e tomando uma série de medidas para entender e deter o avanço da sua doença, o Dr David sobreviveu, após o diagnóstico, por quase 20 anos.

Ele escreveu o livro Anticâncer: prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, onde conta sua história pessoal de superação, relatando as mudanças de hábitos de vida que o fizeram sobreviver e manter a saúde por muito mais tempo do que o esperado. Além de analisar substâncias e atitudes que estimulam ou freiam o desenvolvimento de tumores cancerígenos, o Dr. David discute os aspectos da vida humana contemporânea – o ambiente em que vivemos, alimentação, estados mentais e emocionais – que favorecem o surgimento e desenvolvimento do câncer. Suas análises tornam mais claras as razões pelas quais existem hoje tantos casos da doença. Ao final do livro é apresentado um manual prático das mudanças sugeridas pelo médico para prevenir e combater o câncer.

O autor enfatiza a ideia – reconhecida há milênios por medicinas tradicionais do oriente – de que nosso corpo é um “terreno” onde crescem os tecidos vivos, incluindo aí os micro tumores que todos podemos possuir. O meio ambiente, os hábitos de vida, os alimentos e os padrões mentais e emocionais são o seu “adubo”.

O câncer é uma doença crônica que pode levar muitos anos até alcançar um estágio problemático, e o seu desenvolvimento dependerá do quão propício estiver o terreno para sua proliferação. Para prevenir, ou para lutar contra a doença já instalada, é preciso, portanto, cultivar o próprio terreno – o corpo e a mente – com todo o cuidado e carinho que ele requer e merece.

A dieta anticâncer proposta pelo Dr. David Servan-Schreiber, pode ser visualizada em síntese na imagem abaixo:

A dieta anticâncer proposta pelo Dr. David Servan-Schreiber



A seguir estão algumas notas práticas, extraídas do livro, para um plano de ação:

Proteger-se
  • Arejar as roupas depois da lavagem a seco, antes de guardá-las no armário (evitar o percloroetileno da lavagem a seco).
  • Evitar cosméticos que tenham alumínio, parabenos (metilparabeno, poliparabeno, butilparabeno) e ftalatos BBP e DEHP (olhar o rótulo dos produtos).
  • Evitar produtos de limpeza que contenham alquifenóis (nonoxinol, octoxinol, nonilfenol e octilfenol).
  • Evitar cremes que contenham estrógeno ou outros hormônios placentários.
  • Evitar panelas de Teflon arranhadas.
  • Evitar aquecer comida ou líquidos em recipientes de plástico que contenham PVC ou em recipientes de isopor ou poliestireno.
  • Evitar exposição ao amianto (telhas ou caixas d’água de cimento-amianto não devem ser usadas).
  • Evitar exposição excessiva a campos eletromagnéticos de telefones celulares (durante as ligações, tentar não ficar tão perto do telefone; evitar manter o celular sempre perto do corpo, não dormir com ele muito próximo; tentar fazer chamadas de curta duração; preferir as mensagens de texto a longas horas de conversa pelo celular; escolher um aparelho com baixo nível de SAR).


Alimentação
  • Evitar alimentos de alto índice glicêmico: açúcar, farinhas brancas, pão branco, muffins, cereais de café da manhã refinados e adoçados, massas muito cozidas.
  • Evitar geleias e frutas cozidas no açúcar.
  • Evitar refrigerantes, sucos industrializados e álcool entre as refeições.
  • Evitar embutidos, salsichas, linguiça, mortadela, bacon, salames e presuntos (devido aos conservantes nitrito e nitrato).
  • Reduzir as fontes de ômega-6 (óleo de girassol, óleo de milho, óleo de soja, óleo de cártamo, margarinas, gorduras hidrogenadas, gorduras trans, gorduras animais não-orgânicas).
  • Filtrar a água da torneira com filtro a carvão ou de osmose invertida, ou utilizar água mineral ou de fonte.
  • Preferir carne, ovos, manteiga e leite de animais alimentados a pasto.
  • Preferir alimentos orgânicos.
  • Preferir alimentos de baixo índice glicêmico: frutas, arroz integral, pão integral, cereais integrais, massas “al dente”, massas semi integrais, quinoa, aveia.
  • Preferir frutas em estado natural, principalmente mirtilo, cereja, framboesa, frutas cítricas e romã.
  • Aumentar as fontes de ômega-3: peixes e crustáceos, produtos animais orgânicos, capsulas de óleo de peixe, óleo de linhaça, óleo de fígado de bacalhau, óleo de canola.
  • Aumentar as leguminosas lentilha, ervilha, feijão, grão de bico.


Outros alimentos anticâncer (preferir ou aumentar):
  • azeite de oliva.
  • couve-de-bruxelas, couve-da-china, brócolis, couve-flor (sulforafane e indole-3-carbinol).
  • cenoura, batata-doce, inhame, abóboras, tomate, beterraba (caroteno, vitamina A e licopenos).
  • espinafre (magnésio) - aqui para nós temos a couve.
  • cogumelos shitake, maitake, kawaratake ou enoki, cremini, portobello, champinhons de Paris (lentinane e polissacarídeos).
  • cúrcuma e curry
  • menta, tomilho, manjerona, manjericão, orégano, alecrim (terpenos).
  • salsa, aipo (apigenina)
  • alho, cebola, alho-poró, cebolinha
  • canela (proantocianidinas)
  • raiz de gengibre (gingerol)
  • iogurte orgânico com lactobacilos acidofilus ou lactobacilos bifidus
  • Algas nori, kombu, wakame, arame e dulse (fucoidane)
  • frutas vermelhas: morango, framboesa, mirtilo (blueberry), amora, airela (ácido elágico e polifenóis), cereja (ácido glucárico)
  • frutas cítricas: laranja, tangerina, limão, grapefruit ou pomelo (flavonoides)
  • caqui, damasco (vitamina A) e suco de romã
  • nozes e avelãs (ômega-3 vegetal, magnésio), noz-pecã (ácido elágico), amêndoa (magnésio)
  • soja orgânica, tofu (isoflavonas)
  • chocolate amargo com 70% ou mais de cacau (proantocianidina)
  • vinho tinto (resveratrol) moderadamente (no máximo uma taça por dia), durante as refeições (em dietas saudáveis)
  • chá verde (EGCG), em especial os japoneses: sencha, gyokuro, matcha
  • chá/infusão de raiz de gengibre.

Exercício e sol


  • Fazer 30 minutos de atividade física diariamente. Caminhada, corrida, aulas de ginástica, karatê, bicicleta, natação, entre outros. Não é preciso fazer muito, mas é importante que seja frequente, regular.
  • Tomar sol durante 20 minutos por dia quando for possível (produz vitamina D).

Meditação


  • Diariamente, por alguns minutos, praticar um método de auto-centragem e de tranquilidade, para “voltar a si no presente”. Yôga voltada para meditação, coerência cardíaca, tai chi, qigong, relaxamento. Voltar a atenção para dentro de si, prestar atenção na respiração, evitar a mente agitada e dispersa.

Sentimentos


  • Procurar resolver ou trabalhar melhor eventuais traumas passados.
  • Aprender a acolher e a compreender as próprias emoções: inclusive o medo, a tristeza, o desespero e a raiva.
  • Procurar deixar as emoções se dissiparem sem se prender nelas.
  • Livrar-se do sentimento de impotência.
  • Conversar, recuperar a calma e a força interior.
  • Buscar compartilhar as emoções com outra pessoa

Com uma abordagem lúcida e equilibrada, o autor recomenda uma junção dos tratamentos convencionais e naturais, psicoterapêuticos e espirituais no combate à doença. Trata-se de uma ótima leitura para todos que se interessam pela abordagem integral da saúde humana.

Fonte: 

O que é SAR? Significa Specific Absorption Rate (taxa de absorção específica).

Obs.: O livro informa muito mas não substitui diagnóstico e tratamento médico e nutricional que é INDIVIDUAL!!!!