terça-feira, 3 de maio de 2011

ACNE e Alimentação: como lidar com esse problema?

Acne e dieta: Resumo do artigo:
COSTA, Adilson; AMOISÉS, Thaís Abdalla. Acne e dieta: verdade ou mito? Na Bras Dermatol. 2010;85(3):346-53

ACNE Verdades e Mitos

Espero que esta leitura seja tão interessante á você leitor curioso ou profissional da saúde que deseja saber os conceitos atuais deste assunto neste ótimo artigo. Ao bom entendedor aconselho ler o artigo original na sua íntegra.

Para entender este resumo de artigo você a princípio precisa saber que:

·  IFG-1: Fator de crescimento insulina-símile 1.
·  IGFBP-3: proteína ligadora do fator de crescimento semelhante à insulina-3.
·  SHBG: Hormônios sexuais.
·  ACTH: Hormônio adrenocorticotrófico.
·  SDHEA : Sulfato de diidroepiandrosterona.
·  [  ]: Concentração.


: Aumento, elevação, maior, etc.
: Redução, queda, diminuição, etc.



A acne vulgar (dermatose crônica) é uma doença do folículo polissebáceo. Possui 4 fatores etiopatogênicos principais:

1-   Hiperprodução sebácea;
2-    Hiperqueratinização folicular;
3-    Aumento da colonização por Propionibacterium acnes; (Por imagem)
4-    Inflamação dérmica periglandular.

Adolescentes ocidentais com acne variam de 79% a 95% da população dentro da mesma faixa etária, em um grupo da mesma idade 95% acomete meninos e 83% meninas, sendo que aos 16 anos esse índice pode chegar a 100% para ambos os sexos.
Uma dieta hiperinsulinêmica associada ao hormônio do crescimento estimula a produção de hormônios andrógenos que aumentam a produção de sebo.



a) ACNE não é uma questão do quanto se come, mas da qualidade da alimentação;

b) Alimentação ocidental favorece o surgimento da acne: estudos demonstração que populações não ocidentalizadas possuem dietas de baixo índice glicêmico e não apresentavam dermatose até a introdução dos hábitos alimentares ocidentais. Outros estudos demonstram que povos da África com hábitos dietéticos de baixo índice glicêmico onde seus descendentes migraram para o ocidente também começaram a sofrer com dermatose crônica.
O que me concluí que os adolescentes com consumo freqüente de carboidrato de alto índice glicêmico pode resultar em quadros de hiperinsulinemia aguda influceniando o crescimento epitelial folicular, na queratinização e na secreção sebácea.

c) Maus hábitos alimentares podem acelerar a maturação sexual e desencadeamento da acne:
A maior oferta de alimentos na sociedade ocidental tem sido associada à maturação sexual precoce e desenvolvimento da acne nos jovens.
Ingestão de alimentos de alto índice glicêmico na fase infantil até a puberdade tem antecipado a menarca em meninas, e ao contrário com dietas de baixo índice glicêmico apresenta um atraso semelhante ao que acontece com atletas e bailarinas.

d) O leite pode estimular produção de acne:
O leite e seus derivados, apensar do baixo índice glicêmico, induzem a produção de IGF-1, particularmente maior quando o leite é desnatado.
 Isso esclarece que o aumento da produção de sebo não se dá pelo teor de gordura do leite e sim pela carga de estrógeno, progesterona, precursores andrógenos e esteróides, o iodo é outro fator importante, a quantidade de iodo contido no leite é proveniente do uso de soluções à base de iodo nos equipamentos de ordenha, sendo também um fator importante na estimulação da acne. O uso do leite desnatado não é aconselhável para pessoas com pré disposição à ACNE, por estimular a produção das glândulas sebáceas devido à lactoalbumina que nesta variação do produto apresenta-se em maior quantidade.

e) Acne na mulher adulta na síndrome do ovário policístico (SOP): altas [  ] de andrógenos, insulina e IGF-1 podem estar associados.


 f) Os benefícios de uma dieta hipoglicêmica no tratamento da acne: uma alimentação com baixo índice glicêmico afeta os andrógenos que controlam a produção do sebo, limitando a lipogênese sebácea, reduzindo a biodisponibilidade da testosterona e a concentração do SDHEA, alterando assim a composição sebácea.

g) Papel do metabolismo dos ácidos graxos na dieta contra a acne:




 Especula-se que os triglicérides sebáceos sejam os responsáveis pelo desenvolvimento da acne, onde as bactérias o hidrolisam liberando ácidos graxos que se incorporam ao metabolismo da epiderme ao redor.
Constatou-se que os Mufas são os ácidos graxos culpados pela queratinização anormal e hiperplasia epidérmica.
Um estudo demonstrou que com a suplementação de 3g diários de AGE (ácido linoléico, ácido linolênico e gama-linolênico) não resultaram em melhoras na acne, mas houve redução do tamanho das glândulas sebáceas, sugerindo que produtos similares podem trazer benefícios necessitando de ajuste da dose e o tempo da terapêutica.

h) Chocolate, culpado ou inocente?
É um fato quase que totalmente confirmado segundo achados clínicos, notou-se que o perfil plasmático pós pandrial à ingestão de chocolate aumentou de forma significativa a insulinemia, os maiores no achocolatado sendo 48% maior que o leite puro e 13% maior comparado ao chocolate negro.
Essa elevação ainda piora se o chocolate for combinado com lactose, isso se deve pela riqueza de compostos biológicos ativos contidos no chocolate, como a cafeína, teobromina, serotonina, feniletilamina, triglicérides e ácidos graxos canabioides-like, além dos aminoácios como a arginina, leucina e fenilalanina, são todos componentes potencialmente insulinotrópicos quando consumidos com carboidratos, fora o leite rico em lactose, que pode gerar o mesmo comportamento sérico.
Quando se trata do chocolate deve-se levar em conta uma combinação de fatores, uma inocente barra de chocolate na prateleira do supermercado não tem apenas chocolate, ele é um conjunto de carboidratos (acurares refinados), cafeína e gordura de cacau, lactose entre outros.
Aos amantes de chocolate acometidos pela acne vulgar o conselho é moderação e optar por chocolates com boa formulação e concentração de cacau no mínimo acima de 55%. Além de um Plano Alimentar de baixo índice glicêmico.

i) O que os nutrientes podem fazer para atenuar a acne?
Há tempos é sabido do importante papel da vitamina A e do Zinco como inibidores da comedogênese, fato agora comprovado graças ao estudo de Michaëlson com 173 pacientes.
É fato que dietas pobres em zinco pioram ou desencadeiam a acne, principalmente as pustulosas, situação observada em vários casos do surgimento da acne com a administração de dieta parenteral com baixo teor de zinco.

Maiores dúvidas vide o artigo fonte.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Alimentos de Origem Vegetal


Existe uma classificação básica entre os vegetais no mundo nutricional: Leguminosas, Hortaliças e Frutas




Antes de tudo, Leguminosa não é legume!
Consultando Michaelis on-line:
Leguminosa: Diz-se de planta que frutifica em vagens.
Legume:  Planta ou parte da planta que serve para a alimentação, o que também incluí leguminosas, hortaliças, verduras – etc.






*Dicotiledônea: Planta que tem dois cotilédones (primeiras folhas desenvolvidas pelo embrião de uma planta fanerógama) – Segundo: http://michaelis.uol.com.br/-  28/04/11.


Fontes:
1 – SILVA1, Mara Reis; SILVA2, Maria Aparecida Azevedo Pereira. Aspectos nutricionais de fitatos e taninos: Artigo de Revisão.  Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 5-19, jan./abr., 1999.
2- TÉCNICA E DIETÉTICA: Seleção e Preparo de Alimentos 7. Edição, Atheneu São Paulo, 2001; p.163-301.
3- BONETT, L. P., BAUMGARTNER, M. S. T., KLEIN, A. C., SILVA, L. I. Compostos nutricionais e fatores antinutricionais do feijão comum (Phaseolus Vulgaris L.). Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 11, n. 3, p. 235-246, set/dez. 2007.
4- GONZALEZ, Norka Beatriz Barrueto. Biodisponibilidade e minerais das fontes leguminosas.  Rev. Simbio-Logias. V.1, n.1, mai/2008.
6 - ANVISA. Resolução - CNNPA nº 12, de 1978 - D.O. de 24/07/1978.
7- FIALHO, Eliane; FALLER, Ana Luísa Kremer. Disponibilidade de polifenóis em frutas e hortaliças consumidas no Brasil. Rev Saúde Pública 2009;43(2):211-8.
8- SANTOS, Mônica Alessandra Teixeira dos. Efeito do cozimento sobre alguns fatores antinutricionais em folhas de brócoli, couve-flor e couve. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 30, n. 2, p. 294-301, mar./abr., 2006.
9- NASCIMENTO, Rosilda Josefa do; LIMA, Vera Lúcia Arroxelas Galvão; MACIEL, Maria Inês Sucupira Maciel; MELO, Enayde de Almeida. Capacidade antioxidante de frutas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 44, n. 2, abr./jun., 2008.