terça-feira, 31 de julho de 2012

Qual será a "carne" que comeremos daqui há 20 anos?




Alguns analistas calculam que o preço dos alimentos pode dobrar nos próximos cinco a sete anos, tornando itens hoje comuns, como carne, em artigo de luxo.
Veja abaixo algumas alternativas que, embora estranhas à primeira vista, são apontadas como caminhos prováveis para resolver lacunas na demanda por alimentos.



- Insetos

O governo holandês já investiu um milhão de euros em pesquisa sobre como inserir carne de insetos nas dietas de seus cidadãos e preparar leis para regulamentar sua criação.
Insetos fornecem tanto valor nutricional quanto carne de mamíferos, mas custam e poluem muito menos. Cerca de 1, 4 mil espécies poderiam ser consumidas pelo homem, compondo salsichas ou hambúrgueres.
Boa parte da humanidade já come insetos, especialmente na Ásia e África. Mas os mercados ocidentais devem resistir à ideia e vão ser necessárias grandes campanha de marketing para tornar aceitável ideia de incluir insetos como gafanhotos, formigas e lagartas no cardápio.

- Carne de laboratório

Cientistas holandeses criaram carne em laboratório usando células-tronco de vaca e esperam desenvolver o primeiro "hambúrguer de proveta" até o fim de 2012.
A produção de carne artificial poderia trazer grandes benefícios ao meio ambiente, pela redução no número de cabeças de gado - grandes emissores de CO2 - e nas áreas de floresta desmatada para a criação de pastos. A carne de laboratório poderia ser manipulada para ter níveis bem mais saudáveis de gordura e nutrientes.
Os pesquisadores holandeses dizem que a meta é fazer a carne in vitro ter o mesmo gosto que a tradicional - coisa que ainda está longe de ter.

- Algas

Elas podem alimentar homens e animais, oferecer uma alternativa em graves crises alimentícias e ainda abrem mão do gasto de terra ou água potável para seu cultivo.
Cientistas ainda apontam para o potencial de algas como fontes de biocombustíveis - o que reduziria a dependência dos combustíveis fósseis.
Alguns especialistas preveem que fazendas de algas poderiam se tornar a mais promissora forma de agricultura intensiva.
Elas já existem em países asiáticos como o Japão.

Como os insetos, elas poderiam ser introduzidas em nossas dietas sem que soubéssemos. Cientistas na Grã-Bretanha estudam a substituição de sal marinho por algas em pães e outros alimentos industrializados.
Grãos têm um forte sabor, mas com baixo índice de sal, sendo portanto, mais saudáveis.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Consumo abusivo de refrigerantes, obesidade e preconceito! "Sai dessa"!

Cartaz da Campanha de Nova York contra o refrigerante: "Não se bebe gordura"

Leiam com muita atenção esse artigo da Super Interessante:

por Rodrigo Rezende  

O gordo é o novo fumante

"Nunca houve tanta gente acima do peso - nem tanto preconceito contra gordos. De um lado, o que há por trás é uma positiva discussão sobre saúde. Por outro, algo de podre: o nascimento de uma nova eugenia.


Detrás da trincheira de copos de Coca-Cola em sua mesa, o prefeito de Nova York discursa: "A obesidade é um problema nacional. E as autoridades só esfregam as mãos e dizem: oh, isto é terrível". É apenas uma entrevista coletiva de imprensa, mas ele age como um chefe de Estado às vésperas de um combate. "É o que o povo quer que eu faça", diz o bilionário Michael Bloomberg. E ele faz: declara uma guerra. Contra o refrigerante. Sua principal arma: proibir a venda de copos maiores que 500 ml.

A nova cruzada de Bloomberg levanta uma questão: faz sentido tratar refrigerante como droga? Do ponto de vista da saúde pública, a resposta é um sonoro sim. Segundo o especialista em obesidade Robert Lustig, da Universidade da Califórnia, o açúcar que adoça refrigerantes deveria estar na mesma categoria que o álcool, nicotina, cocaína e heroína: "Ele também é uma substância tóxica com alto potencial de abuso. Por essa lógica, também deveria ser controlado". Exagero? O efeito das taxas de obesidade na economia dos EUA indica que não: US$ 190 bilhões anuais em gastos diretos e US$ 4,3 bilhões de prejuízo anual por danos à produtividade. Um quinto desse prejuízo é causado apenas pelo açúcar presente em bebidas. Ao levar em conta o estrago que os refrigerantes fazem na saúde americana, o cenário é ainda mais sombrio. Mais de 130 mil casos de diabetes, 14 mil casos de doenças coronárias, 6 mil mortes diretas e 50 mil anos de trabalho perdidos por invalidez. Tudo isso só na década de 1990.

Ok, os números deixam claro que uma latinha de refrigerante pode, sim, esconder um veneno mortal. Mas o buraco é mais embaixo: praticamente toda a indústria alimentícia explora o poder viciante do açúcar. "Quanto mais açúcar tem um produto, mais ele vende", diz Lustig. O cientista ainda aponta o uso do açúcar para disfarçar sabores desagradáveis. "Com quantidade suficiente, é possível fazer cocô de cachorro ficar gostoso. Em essência, é isso que a indústria vem fazendo". Sem dúvida, sobram argumentos sólidos para defender o controle da obesidade. Até aí, tudo parece certo com a lei de Bloomberg. Mas também é preciso analisar o quanto medidas que tentam restringir nossa alimentação se fundamentam em associações equivocadas entre obesidade e doença. Ou mesmo em puro preconceito: boa parte dos gordos não apresenta nenhum problema de saúde relacionado à obesidade. Mesmo assim, ela muitas vezes é vista como fraqueza moral. O empresário Roberto Justus, por exemplo, já afirmou que não contrataria pessoas obesas pela falta de empenho que teriam em emagrecer. E Justus não está sozinho: num estudo da Faculdade Notre Dame, na Califórnia, pesquisadores distribuíram currículos falsos entre alunos "para que eles escolhessem um novo professor". Os currículos não tinham foto, mas traziam o peso de cada "candidato". Resultado: os de 200 quilos eram preteridos em favor de concorrentes com qualificação idêntica, mas 120 quilos a menos.

Outro exemplo de preconceito são medidas extremas contra minorias, como a proibição de fumar em áreas abertas e sem aglomeração humana. Não é improvável que, num futuro próximo, o mesmo tipo de exagero cometido em leis antitabagistas radicais se estenda ao controle da obesidade. Aí, o "novo fumante" será o obeso. Para algumas companhias aéreas, aliás, eles já são: só entram no avião se comprarem dois bilhetes (reservar assentos maiores para eles está fora de cogitação, claro). A intolerância com os obesos, no fim das contas, é um grande estímulo para o abuso de medicamentos para emagrecer - o oposto do que podemos chamar de saúde.

Até aqui falamos muito do lado social do problema, mas uma questão passou batido. E o lado pessoal? Proibir alguém de tomar um balde de refrigerante ou de comer doce de cocô de cachorro não seria um atentado contra a liberdade individual? Entre os que respondem sim, está o humorista e fã de refrigerante Jerry Seinfeld: "Sou contra a proibição. Sou a favor da continuação do processo de seleção darwinística das pessoas por meio do consumo de bebidas com açúcar".

A piada de Seinfeld não tem nada de politicamente correta. Assim como abrir um refrigerante tem bem pouco de saudável. Mas não dá para negar: fazer piada politicamente incorreta e tomar refrigerante com açúcar são expressões da liberdade individual. Até que ponto é ético e correto proibi-las? Difícil saber. Mas uma coisa é certa: a resposta não será encontrada em um gabinete político."


Mentira? Exagero? Pior que não, infelizmente.

De 10 pacientes que procuram atendimento nutricional, para qualquer tipo de tratamento, 06 não bebem cerca de 03 copos de água dia (150ml), o restante completam com refrigerante.  E desses 06 pacientes 05 são classificados com pré-obesidade e obesidade.


Em 2007 foram consumidos no Brasil 14 bilhões de litros da bebida. Desse total, 91% referem-se aos refrigerantes tradicionais regulares e apenas 9% às versões adoçadas artificialmente.
Refrigerante não é suco, não é água, é uma bebida química. 

A Saúde é sua! Aprenda a cuidar dela!