quinta-feira, 27 de junho de 2013

Vou-me Embora pra Pasárgada

                                                                                                  Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90





Manuel Bandeira: sua vida e sua obra estão em "Biografias".

Os riscos da obesidade:

Estas imagens obtidas por varredura mostram a diferença entre uma mulher obesa e outra de peso normal. O coração da mulher obesa é maior e seus pulmões estão um pouco restritos.





É indicador de obesidade pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30,0 kg/m2. Isso aumenta significativamente o risco de diabetes tipo 2, doença cardíaca, osteoartrite e entre outras.

Fonte:
https://www.facebook.com/hiperciencia
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=617966281557720&set=a.456449604376056.98921.367116489976035&type=1&relevant_count=1&ref=nf