Segundo
a pesquisadora, professora Carmem Lúcia Rocha do Departamento de Biologia
Celular e Genética (DBC) da UEM, que trabalha com testes de avaliação de
substâncias mutagênicas, quando o carvão é queimado ele libera hidrocarbonetos,
entre os quais o benzopireno, substância altamente cancerígena:
“Esse veneno fica impregnado na carne
que se expõe à defumação ou ao churrasco”.
Rocha
explica que o benzopireno é utilizado, em laboratório, em testes de controle
positivo de mutação genética:
“Ele é um dos mais terríveis cancerígenos
conhecidos e está no churrasco nosso de cada dia”, afirma.
Entretanto,
isso não quer dizer que precisamos parar de comer carne assada, mas sim
diminuir a quantidade e a freqüência, para
não superar o limite do próprio organismo de corrigir os danos genéticos
causados pela substância.
Existem
anticancerígenos naturais. Consumidos regularmente, eles diminuem os
efeitos das substâncias nocivas. Esses antídotos são as vitaminas e enzimas
presentes nas verduras, que devem ser consumidas preferencialmente
cruas, e nas frutas:
“Se você vai comer o churrasco,
aproveite e coma uma salada junto. Escolha, por exemplo, tomate e repolho. O
repolho cru, assim como a couve, contém certas enzimas que são
anticancerígenas. Ingerindo esses alimentos, você gerencia o risco”, diz.
Outra
observação importante é a atenção aos rótulos dos produtos industrializados:
“Na medida em que nos habituamos a identificar
o que estamos ingerindo, vamos selecionando e diminuindo os riscos. Não podemos
consumir indiscriminadamente tudo o que está à mão”, diz.