quinta-feira, 27 de junho de 2013

Conheça a Obra: O Mapa das Doenças no Mundo



(Image: Odra Noel/Scientific Art/odranoel.eu)

Doença e morte é o destino em comum da humanidade, mas o fim depende muito da parte do mundo em que você vive. Esta obra aborda esse ponto, combinando a beleza da microscopia com a geografia das doenças. Cada continente é pintado como visto microscopicamente, sendo partes do tecido do corpo  humano que, quando doentes ou disfuncionais, causam morte ou doenças para as pessoas que lá vivem.

América do Norte é construído a partir de tecido adiposo (gordura corporal) devido a epidemia de obesidade. Europa e Rússia é representada por tecido cerebral, o que representa a doença neurodegenerativa devido ao seu envelhecimento populacional. Leste da Ásia e região do Pacífico é mostrado como o tecido pancreático, que quando doente causam diabetes. Groelândia é marcada pelo tecido onde são formados os espermatozoides,  representando a infertilidade.

A África parece ser coberta por células sanguíneas e parasitas, tais como a malária, os índices de HIV lá também são elevados, assim como, provavelmente anemias específicas, exemplo: a anemia falciforme. 

América Central e do Sul estão aqui representadas pelo tecido pulmonar (pulmões), infecções respiratórias e tabagismo são a principal causa de morte, segundo a Obra. Existe uma única artéria que está no meio(?) da floresta amazônica, e escondido entre os tecidos estão cinco mitocôndrias (eu contei 08,?), que é a organela responsável pela produção da energia química que as células precisam para viver, é o foco atual de muita pesquisa devido ao seu  importante papel na morte, doença e envelhecimento.

Grandes áreas do Oriente Médio e da Ásia Central são mostrados aqui como o músculo cardíaco (coração), essas regiões estão com um aumento dos níveis de hipertensão e outras causas de insuficiência cardíaca e cardiovascular. 

A artista, Odra Noel, é treinada como médica (?), ela usa seus conhecimentos de órgãos e tecidos, estrutura celular e mitocôndrias neste seu trabalho artístico. Ela diz que pintou este trabalho em seda para evocar velhos mapas.

O mapa das doenças no mundo estará em exposição a partir de 02 de julho na Exposição de Verão de Ciências da Royal Society, em Londres. Este festival de ciência e tecnologia exibe tudo, de termometria acústica até zebrafish genetics ("genética do peixe-zebra").
Fonte: 

Vou-me Embora pra Pasárgada

                                                                                                  Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.



Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90





Manuel Bandeira: sua vida e sua obra estão em "Biografias".